Artigo de opinião escrito por Filipe Campos e publicado no Público (link).
O Dakar está ainda numa fase muitíssimo prematura. Aquilo que até agora se disputou não reflecte minimamente aquelas que serão as dificuldades da prova. Medir a capacidade das forças em presença é, porém, um exercício teórico interessante e o meu conhecimento de uma equipa como a X-Raid permite-me tirar algumas conclusões, nomeadamente identificar quais os pontos fortes deste grupo.
A meu ver, é fácil apontar de imediato dois fortes “trunfos” que pendem para o lado da formação sediada nos arredores de Frankfurt: Stéphane Peterhansel e a coesão da equipa, gerada por um grupo com gente de várias nacionalidades, mas que trabalha quase como em família.
O piloto francês, além de um currículo ímpar e de uma experiência vastíssima deste tipo de maratonas, é, sem dúvida alguma, uma aposta fortíssima e não restam dúvidas de que lhe caberá a conquista de resultados numa prova que Sven Quandt (director-geral e dono da equipa) e todos os seus colegas na X-Raid querem realmente ganhar.
Os meus três anos de relação com a X-Raid traduziram-se, como é sabido, num importante leque de sucessos e neste plano destaco o valor de uma equipa que, além de muito bem preparada em termos técnicos, conta com um inestimável valor humano. O grupo de mecânicos inseridos nesta estrutura é de uma entrega sem reservas, estando na sua totalidade muito motivados e sempre focados no melhor trabalho que lhes permita lutar pela vitória. Por outro lado, não posso deixar de sublinhar que neste leque de técnicos de que a X-Raid dispõe no Dakar 2011 estão quatro portugueses, dos quais dois na qualidade de “mecânicos-chefe” de outros tantos carros. Face ao que conheço do trabalho destes elementos (alguns deles acompanharam a equipa Yser na quase totalidade das provas dos últimos três anos), não tenho qualquer dúvida de que a X-Raid está “nas mãos” de gente competente que tudo fará para lutar pela vitória que, a acontecer, será certamente protagonizada por Stéphane Peterhansel.
Por fim, uma palavra de especial apoio a toda comitiva portuguesa representada quer nos carros, quer nas motos. O Rúben Faria ganhou a 1ª especial no terreno mas uma penalização numa zona de controlo de velocidade, fez com que perdesse a liderança nas motos. Nos carros, quer Francisco Inocêncio (17º lugar), quer Ricardo Leal dos Santos (21º lugar) conseguiram obter um bom resultado, nesta que foi a 1.ª etapa do Dakar 2011, ao cronómetro.
03 janeiro 2011
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