03 janeiro 2008

Volkswagen: Só falta ser infalível

Após quatro tentativas falhadas com o Race Touareg, a Volkswagen não altera os seus objectivos, mantendo a pretensão de ser o primeiro construtor a vencer o Dakar com uma viatura de motorização diesel

Chegou ao Dakar em 2003 com os buggy Tarek “para aprender”. No ano seguinte, pagou bem cara a juventude do Race Touareg. Mas, a partir daí, foi terceira em 2005 e segunda em 2006. Seguindo este trajectória, tudo apontava para que o último ano fosse, enfim, de glória para os azuis da Volkswagen. Pelo menos durante semana e meia, Kris Nissen teve a legitimidade de sonhar com a tão desejada primeira de um carro com motorização diesel no Dakar, vendo Giniel de Villiers e Carlos Sainz ocuparem os lugares cimeiros à chegada ao dia do descanso, tendo o melhor dos Mitsubishi a mais de 25 minutos … Só que depois, bom, depois o sonho transformou-se em pesadelo e em dois dias sucessivos a desgraça abateu-se sobre a marca alemã, que viria mesmo a ficar arredada de um lugar no pódio, cabendo ao improvável Mark Miller salvar a honra da equipa, no quarto posto da geral.

Em todo o caso, e olhando apenas para a estática, apetece dizer que à Volkswagen faltou apenas ser infalível na última edição. Os números não enganam. Esteve à frente da corrida durante oito etapas e venceu dez das 14 especiais: cinco com Sainz, quatro com de Villiers e um com Carlos Sousa, ele que foi o primeiro líder da prova.

Para o seu sexto Dakar à frente dos destinos da Volkswagen Motorsport, o discurso de Kris Nissen não poderia ser mais simples e directo: «Tal como em 2007, queremos ganhar. Nada menos do que isso».

Carlos Sainz - O incontornável
Nas duas edições anteriores (as únicas em que alinhou no Dakar) esteve longe de ser o melhor representante da Volkswagen, mas a realidade é que Carlos Sainz é uma figura incontornável do automobilismo mundial. Mas não é só o estatuto conferido por dois títulos, quatro vice-campeonatos e 26 vitórias no Mundial de Ralis que faz do espanhol um dos principais candidatos à vitória. O ano passado, venceu, nada mais nada menos, do que cinco etapas, quando já, em 2006, se tinha imposto por quatro vezes! Se dúvidas houvesse quanto à sua competitividade, os números confirmam porque Sainz é um dos pilotos mais temidos e respeitados pelos adversários, até porque, como confidencia, «vamos voltar a apostar na mesma estratégia de 2007. Vamos impor o nosso ritmo e quando chegarmos à Mauritânia veremos como nos situamos em relação à concorrência, de modo a definirmos a táctica até final. Estou convencido que esta será uma das edições mais duras da prova. No entanto, tudo farei para chegar à vitória».

Três anos de Dakar
Nasceu a 12 de Abril de 1962 e notabilizou-se no Mundial de Ralis, onde somou 26 vitórias e dois títulos mundiais. O talento e prestígio valeram-lhe, em 2005, o convite da Volkswagen para integrar a equipa oficial. A Baja de Portalegre foi o palco da estreia e o resultado a vitória! Escassas semanas depois, debutou no Dakar e se o 11º lugar final como que traduziu a sua inexperiência na prova, os sucessos conquistados em quatro etapas demonstraram que, sem os problemas de que foi vítima, teria estado na discussões da vitória. Na edição de 2007, o resultado não foi muito mais expressivo... A nona posição traduziu o quanto a prova pode ser fértil em percalços! Vingou-se depois com o “título” na Taça do Mundo, graças à vitória no Transibérico e aos segundos lugares em Marrocos e UAE Desert Challenge. Se o programa for considerado como o mais “genuíno” teste para o Dakar, Sainz figura como o principal candidato à vitória...


Fonte: autosport

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