19 outubro 2006

Lisboa-Dakar'2007: Passagem Portimão/África descartada

Os organizadores do Lisboa-Dakar'2007 falharam no objectivo de fazer a travessia entre a Europa e a África a partir de Portimão, por razões de ordem técnica, disse hoje o responsável pela organização portuguesa, João Lagos.
O "patrão" da Lagos Sport adiantou que todos os pilotos portugueses que apresentaram a candidatura conseguiram garantir a inscrição no principal rali de todo-o-terreno do Mundo, cujas duas etapas disputadas em Portugal vão ser corridas em troços totalmente novos.
"Essa hipótese (de sair de Portimão para África) não foi possível, por razões técnicas. Tentámos tudo e mais alguma coisa, mas não foi possível fazer. Assim vão ter de embarcar em Málaga e Algeciras", afirmou Lagos, à margem da apresentação da equipa e camião novos da piloto portuguesa Elisabete Jacinto, realizada em Lisboa.
Lagos explicou que "não teve nada a ver com obras", mas sim "com a dificuldade enorme que seria manobrar um grande 'ferry' na zona de Portimão e com o facto de serem muitas horas de travessia para o local indicado em Marrocos".
"Foi um conjunto de factores que não foi possível superar. O Governo português e a Câmara de Portimão estavam completamente disponíveis para fazer as obras necessárias, mas outras razões de ordem técnica foram impossíveis de superar", adiantou João Lagos.
Sobre a participação portuguesa, a organização nacional da prova, realizada em parceria com a empresa francesa ASO, garantiu que, apesar do excessivo número de candidatos, foi possível inscrever todos os pilotos que vão representar as cores de Portugal.
"Já o ano passado, esse objectivo de alcançar números mínimos de inscritos em todas as categorias foi rapidamente atingido e, este ano, a procura é muito superior à oferta e naturalmente que a ASO tem de adoptar critérios de selecção, já que não pode aceitar todas as inscrições", explicou Lagos, que recordou que, "até o Dakar partir de Portugal, o número de inscrições portuguesas era extremamente reduzida e, logo o ano passado, o número aumentou".
"Naturalmente que era uma injustiça o Dakar partir de Portugal e a organização cortar nos portugueses. Mas não somos nós que decidimos nessa matéria, a ASO tem lá os seus critérios, que aliás foram revistos e reformulados de forma a acomodar um grande número de participantes portugueses", sublinhou, precisando que a organização portuguesa mexeu "os seus cordelinhos para acomodar todos os portugueses".
«Reinventar tudo de novo»
Sobre a prova em si, João Lagos garantiu que a organização "está a correr bem", mas foi necessário "reinventar tudo de novo, pois os percursos têm de ser todos mudados".
"Voltaremos a ter as duas especiais, como no ano passado, em percursos totalmente novos, e digamos que essa parte está feita. Mas só dia 23 de Novembro (apresentação oficial da prova) é que serão conhecidos os percursos", acrescentou.
O responsável pela partida do Dakar considerou que "vai haver alguma inovação, totalmente "made in João Lagos Sport", sem clubes Aventura, ACP nem coisas desse género".
"Trabalhámos em parceira o ano passado, mas este ano não há parcerias, a nossa própria equipa faz o trabalho de A a Z, naturalmente com o apoio de pessoas conceituadas no meio automobilístico e entidades, que se associam a nós", concluiu.


Fonte: record.pt

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