15 novembro 2006

Novidades…, novidades…

Amanhã começa o Lisboa-Dakar 2007. Será apresentado o percurso final da prova a disputar em Janeiro próximo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Rodrigo Amaral estreia-se no Dakar em veículo de quatro rodas
Lisboa - Dakar
Novembro 15, 2006


Pela terceira vez na sua carreira, Rodrigo Amaral vai estar presente no Rali Dakar. A participação do piloto nacional no mítico rali é uma paixão e após duas aventuras em moto, 2007 marca a estreia do antigo campeão nacional de TT na competição automóvel. Será ao volante de um Bowler Wildcat 200 Dakar da Sical Challenge Team que o piloto do Pinhal Novo vai enfrentar mais este desafio, cujo desejo final é almejar o Lac Rose, em Dakar.

Seis anos volvidos desde a sua estreia em absoluto no Dakar, Rodrigo Amaral amadureceu os seus objectivos e colocou de pé um projecto sólido para tentar chegar com êxito à capital senegalesa. Pela frente terá, naturalmente, um “mar” de obstáculos, mas o piloto português acredita nas suas potencialidades para atingir os seus objectivos.

Depois de no ano passado ter sido forçado a abandonar prematuramente a prova devido a um grave acidente, Rodrigo Amaral mostra-se confiante neste regresso, mas consciente de que terá de passar por um natural processo de habituação. As diferenças entre conduzir um automóvel e uma moto são enormes e numa prova com as características únicas do Lisboa-Dakar ainda mais. Desde a forma de navegação à abordagem das dunas, ou as ultrapassagens, tudo será alvo de uma aprendizagem intensiva nos primeiros quilómetros da prova.

"Existe uma enorme ambição da nossa parte à partida para mais um Lisboa-Dakar. Estamos envolvidos num desafio diferente, pela primeira vez vamos competir com um 4x4 e eu pessoalmente tenho o desejo de conseguir aquilo que infelizmente não atingi na última edição, que é chegar ao fim desta fantástica maratona", começa por referir Rodrigo Amaral, explicando, de seguida, a mudança para os automóveis: "A opção de não correr novamente em moto deveu-se à conjugação de vários factores, mas julgo que o principal tem a ver com um processo natural e normal de evolução da minha carreira. Já vários pilotos que correram muitos anos o Dakar em duas rodas decidiram passar para os automóveis e eu penso que chegou a altura de dar o mesmo passo. Surgiu-nos igualmente uma boa oportunidade, montámos um projecto forte e cá estamos determinados em levar o Sical Challenge Team até ao Lac Rose."

Rodrigo Amaral, que já ostentou o título de campeão nacional de todo-o-terreno em motos em três ocasiões (1995, 1998 e 2000), revela que "em termos de objectivos delineados" a intenção principal é "concluir a derradeira etapa": "Depois, claro, queremos fazer todo o percurso até lá sem grandes problemas, mas este rali é propício a aventuras inesperadas e nunca se sabe o que pode acontecer. Tanto podemos brilhar numa etapa e na seguinte perder vários minutos ou horas. É este, também, o desafio e aliciante do Lisboa-Dakar. No fundo vamos tentar não cometer erros para evitar estragos desnecessários no carro e depois tentar obter uma classificação dentro do que são as possibilidades do Bowler. "
Uma outra característica especial do Sical Challenge Team é o facto de Rodrigo Amaral contar com o seu irmão como colega de equipa. Uma escolha tomada não só devido às capacidades de Duarte Amaral, mas pensada também tendo em linha de conta as muitas horas que dois pilotos passam juntos no habitáculo de um carro durante o Dakar.

“Não tenho dúvidas em afirmar que foi a melhor escolha possível. Não é fácil passar 15 dias com a mesma pessoa dentro de um carro numa prova exigente como esta. Há sempre situações de maior emotividade ou stress e acredito que o entendimento com meu irmão vai minimizar este problema. Além disso ele sempre me deu assistência ao longo da minha carreira e mesmo que não tenha experiência de Dakar, posso transmitir-lhe alguns dos meus conhecimentos. Por esse lado não antevejo problemas de maior”, garante o irmão mais novo do clã Amaral.

Quanto a Duarte Amaral, apesar de esta ser a sua estreia absoluta no Lisboa-Dakar, o navegador não se mostra muito apreensivo, experimentando as “naturais sensações” de quem tem a oportunidade de poder alinhar à partida de uma competição desta grandeza: “Nesta altura ainda não sinto grande pressão, apenas aquele pequeno nervosismo normal de uma estreia. Ir participar no Lisboa-Dakar deixa-me muito satisfeito e ainda mais por ser ao lado do meu irmão. O meu objectivo passa por retirar o máximo de informação da experiência que o Rodrigo já tem da prova e tentar ajudá-lo em todas as situações, procurando levá-lo pelo caminho certo até Dakar.”

O carro escolhido para esta aventura é um Bowler Wildcat 200 Dakar. Trata-se de um carro que tem vindo a ser desenvolvido pela Bowler Offroad nos últimos seis anos, propositadamente com especificações que correspondam as exigências do Lisboa-Dakar. O veículo, que vai na sua terceira geração, tem como base o Land Rover Defender e representa um equilíbrio ideal entre competitividade/fiabilidade/investimento. Entre as suas várias características, destaca-se, por exemplo, um inovador sistema de protecção do cárter, que através de actuação hidráulica permite levantar autonomamente o veículo para situações de assistência ou para desatascar.

“Creio que foi uma boa opção escolher este carro, pois é bastante competitivo e fiável, encaixando dentro do nosso orçamento. É igualmente um carro relativamente leve comparado com outros, o que nos pode facilitar mais a adaptação e a própria condução, especialmente na areia”, acrescenta Rodrigo Amaral.

No que diz respeito à assistência já em competição, o Bowler pintado com as cores SICAL vai contar com o suporte logístico da Red Line Off Road Team, dos irmãos Inocêncio, uma das mais importantes estruturas privadas do Lisboa-Dakar 2007, bem como da Bowler oficial:

“Isto permite-nos não ter de carregar muito material no carro, pois em pleno deserto podemos trocar qualquer peça do carro junto do nosso veículo de assistência ou mesmo comprar material novo ao nosso fabricante, que tem camiões a participar na prova”, diz Rodrigo Amaral.

Ansioso por poder dar início a esta aventura, o piloto nacional recorda o “ambiente fantástico” vivido no início deste ano, aquando da partida em Lisboa e durante o percurso até ao Algarve: “Foi uma enorme festa e extremamente agradável para quem estava a participar poder ver tanta gente à beira da estrada a dar-nos apoio. Acredito que este ano haverá ainda mais pessoas a ver o rali, que dá uma enorme visibilidade e projecção a Portugal e à sua capacidade de organizar grandes eventos, neste caso através da João Lagos Sport. Estou muito satisfeito por poder sair de novo de Lisboa rumo a Dakar e continuar como piloto SICAL.”
DA-LHE GÁS