Num dia em que Carlos Sousa chegou a pensar que poderia ter deitado tudo a perder, com um toque numa pedra, a sorte esteve com o piloto português que terminou em 11º. No Top 30 classificaram-se ainda Miguel Barbosa, Nuno Inocêncio e Ricardo Leal dos Santos, sendo que este último não pára de surpreender na sua épica participação a Solo.
Com os onze pilotos portugueses a terminarem a etapa à frente do infeliz ex-lider Stephane Peterhansel Carlos Sousa voltou a ser naturalmente o mais rápido mas pela primeira vez a comitiva portuguesa “chegou-se” um pouco à frente em termos de classificação da etapa.
Para Carlos Sousa “o dia foi estafante e começou bem cedo. Saímos eram 5H30 da manhã para fazer 200km de ligação. Depois, na especial tive de optar por um compromisso de andamento regular, porque como é uma etapa “Maratona” não temos assistência dos camiões. Só podemos contar com os mecânicos que vêm como concorrentes atrás de nós no percurso, mesmo assim, estamos limitados, porque temos de pôr o carro em parque fechado dentro do tempo limite. Estamos dentro das expectativas, preparados para aproveitar qualquer oportunidade para ganhar mais um lugar. O facto da etapa de hoje ter sido “maratona” ainda pode ter consequências para algumas equipas, já que são quase quatrocentos quilómetros de prova especial”
Miguel Barbosa nos vinte primeiros
A calma e serenidade que caracterizam Miguel Barbosa têm sido fundamentais para os resultados finais e segundo o piloto “temos procurado não entrar em excessos nem arriscar em demasia pois sabemos que temos nas mãos um carro frágil. Esse modo de encarar a prova tem sido vantajoso, mas existem alturas que gostava de impor um ritmo mais forte. O piso que encontrámos nos primeiros 170 Kms foi o mais difícil até agora. Muito mau e duro. Tivemos que andar em ritmo lento para não corrermos riscos. Depois, nos restantes cerca de 200 Kms andámos de forma mais rápida mas sem forçar. Apanhámos muito pó mas conseguimos ir andando sem perder demasiado tempo”, referiu o estreante no Dakar.
Sem assistência prevista no final da etapa, todos os cuidados foram poucos. “Não tivemos problemas com o carro, mas também limitámos o andamento pois estamos conscientes das limitações da máquina. Ainda assim, estou muito contente com o resultado. O Miguel Ramalho tem estado, como sempre, em grande nível e tem sido uma peça fundamental para dia a dia atingirmos os nossos objectivos. Já só faltam três especiais e só desejo que continuem a correr como estas últimas”, rematou Miguel Barbosa no final da etapa.
Ricardo Leal dos Santos lutou contra os Kamaz
Para Ricardo Leal dos Santos “esta etapa foi aquela que, até à data, me correu melhor, ou seja, onde pude quase sempre andar ao meu ritmo e de facto os resultados estão à vista. Acho que é esta a minha posição relativa para a restante caravana, embora compreenda que nas etapas de dunas, o facto de estar sozinho, seja justificação para baixar alguns lugares na classificação. Nesta etapa tive de novo de fazer algumas ultrapassagens, mas elas aconteceram quase todas na primeira metade do dia. Depois tive de fazer uma paragem porque o vidro da frente se estava a soltar. Tive de colocar uns bocados de “tape”, porque as borrachas já não estão em condições. No final da etapa, fui “tapado” pelos dois Kamaz. Eles vinham bastante depressa, mas eu estava com um andamento superior, só que o pó que eles levantavam criava uma parede intransponível. Mesmo assim, estou bastante satisfeito com o resultado. Poucos foram os minutos que gastei a mais que o Nuno Inocêncio, e ele partiu para esta etapa bem mais à frente. Foi muito bom!”.
Fonte:Infodesporto.pt
13 janeiro 2006
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