09 janeiro 2006

Balanço dos Portugueses em Nouakchott

Onze baixas, Sousa e Rodrigues na mó de cima
Completado o dia de descanso, um primeiro balanço da participação portuguesa dá conta de 11 baixas entre os 27 que partiram de Lisboa. Helder Rodrigues nas motos, Carlos Sousa nos automóveis e Elisabete Jacinto nos camiões, lideram a participação lusa em cada uma das categorias.
Nas motos o primeiro a ceder foi o único piloto de Quad, António Ventura, para, já na segunda etapa da Mauritânia, outros três terem ficado de foram. Rodrigo Amaral, até aí o líder nas duas rodas, devido a uma queda, e os algarvios da equipa Só Paramos em Dakar que infelizmente, e por motivos técnicos, não cumpriram a promessa.

Desportivamente, se as etapas portuguesas colocaram os portugueses a brilhar, tal como se previa, o certo é que a grande surpresa tem vindo do deserto onde a adaptação de cada um deles está a ser excelente com particular destaque para o sobredotado Helder Rodrigues que não mostra dificuldades em acompanhar o ritmo dos da frente apenas lhe faltando a natural experiência onde a navegação é uma peça chave. O certo é que temos pilotos – Helder Rodrigues, Paulo Gonçalves e Ruben Faria - para os próximos anos, assim eles queiram e os patrocinadores os apoiem.

Autos – Muito abaixo das expectativasMuito mais difícil está a ser a competição auto onde a generalidade dos portugueses tem tido uma participação modesta, mesmo tendo em conta a sua inexperiência. Com máquinas do que há de melhor ao nível dos 4x4 tradicionais os portugueses não conseguem nem bons resultados nem encontrar ritmos regulares que lhe permitam ir subindo aos poucos na classificação.

Algumas excepções poderão todavia ser encontradas e devem ser mencionadas:

-Luís Costa, com um andamento ao nível dos carros de Produção do qual o seu Toyota Land Cruiser é próximo, embora inscrito em T1;
-Ricardo Leal dos Santos, com uma soberba prova apesar de ir sozinho;
-Lino Carapeta que chegou a rolar em terceiro dos portugueses apesar de na derradeira etapa também já ter feito asneira.

As baixas nas quatro rodas são já sete. Começaram em Pedro Grancha e prosseguiram com Rui Benedi, Francisco Inocêncio, Helder Oliveira, Madalena Antas, Paulo Marques e Bernardo Vilar. Destes o único acidentado foi Francisco Inocêncio quando era o segundo entre os portugueses. Dos outros apenas Helder Oliveira não desistiu por problemas mecânicos mas sim por um atraso irremediável da “famosa” 7ª etapa, que amputou grande parte da caravana. Surpreendente é todavia a continuação em prova dos modestos Land Rover de três equipas nacionais que muitos prognosticavam um regresso muito antecipado a casa.

Sousa já rola próximo dos seus objectivos
Desportivamente Carlos Sousa é claramente o melhor piloto luso, ocupando já um lugar no Top 10. Depois de um início claramente marcado por uma temporada fora das competições, tanto da sua parte, como da parte da máquina que a Nismo lhe alugou, a regularidade que caracteriza o piloto luso está a vir ao de cima e só os Buggy Schlesser lhes estragam, por ora, os seus objectivos desportivos de ficar apenas atrás de pilotos das equipas oficiais. O campeão nacional Miguel Barbosa, depois de um início de prova menos feliz, é agora o segundo melhor da caravana lusa.

Elisabete entre o bom e o medíocre
Entre os camiões, Elisabete esteve muito bem em Marrocos e na primeira etapa da Mauritânia, mas nas duas etapas de areia baqueou. Se na derradeira etapa foi um problema mecânico que a atrasou, já na etapa da areia, caiu como muitos outros nas diversas armadilhas das dunas e perdeu o excelente ritmo que até então caracterizara a sua prova. Todavia ter já conseguido fazer três resultados no Top20 das etapas, denota uma significativa melhoria em relação ao ano transacto.


Fonte: infodesporto