A dois dias da chegada à meta final, numa altura em que o rali entra em território senegalês, as motos viveram mais um dia de inferno depois de uma queda gravíssima de Marc Coma após meros 57 km da especial. O líder da classificação desde a primeira etapa marroquina foi vítima de um traumatismo craniano, consequência de um choque contra uma árvore. Cyril Despres é assim o novo líder da geral.
Nos carros, Stéphane Peterhansel mantém a liderança da geral sem realmente diminuir o ritmo: o piloto termina em 2ª posição a 26’’ de Sainz, vencedor da sua quarta especial.
Marc Coma cometeu um erro. De todos os motards pretendentes à vitória, Coma distinguia-se pela sua segurança. O dia do seu golpe à geral, entre Er Rachidia e Ouarzazate, Coma colocou-se a uma distância de cerca de trinta km dos seus rivais, dando assim mais uma imagem de segurança. De certa forma a força tranquila, como durante toda a época de rali, na qual Coma venceu as cinco provas em que participou. Com o mesmo à vontade, Coma geriu sua vantagem na geral durante toda a travessia da Mauritânia. Enquanto Despres e Esteve se degladiavam trocando de velocidade a olhos vistos nas suas KTM 690, Coma evitou misteriosamente ser contagiado pela mesma competição.
Havia no entanto uma falha no plano quase perfeito que deveria conduzir Marc Coma à sua segunda vitoria no Dakar. Depois de cerca de 50 km de corrida, o catalão foi apanhado em flagrante delito de "desnorteio". Alguns minutos mais tarde, bateu numa raiz, a seis km da pista indicada no road book e foi projectado contra uma árvore. Um momento de incerteza ou uma hesitação foram certamente suficientes para por termo à aventura. Num primeiro instante ainda zonzo, de pé junto à sua moto, Coma ficou aniquilado devido ao traumatismo craniano sofrido e vítima de uma perda dos sentidos. Alguns minutos mais tarde chegou um helicóptero médico para o transportar o detentor do título. Este recuperou os sentidos na altura em que era auscultado pelos médicos do rali no acampamento, antes de esperar ser evacuado para o hospital de Dakar para exames complementares.
Cyril Despres, que arrancou esta manhã com um atraso de mais de uma hora, herda a posição inconfortável de líder da geral, ao mesmo tempo que cumpre o melhor tempo cronometrado do dia. O francês, que não precisava do ocorrido para pode estar onde está, tinha perdido mais de quarenta minutos no ano passado na tirada que liga Tambacounda a Dakar, etapa que faz parte do programa de amanhã. Esta é mais do que a margem de que dispõe em relação a Casteu, que está agora a 35’28’’ de Despres. Por último, o clã catalão também foi afectado pela queda de Isidre Esteve mesmo antes do CP1: o piloto continua no entanto a corrida por ainda se encontrar em estado de conduzir, esperou apenas a passagem da assistência para reparar a moto partir novamente em direcção a Tambacounda.
A corrida da categoria automóvel viveu hoje mudanças radicais, o líder Stéphane Peterhansel conseguiu aumentar a sua vantagem a dois dias do fim. Ontem o vencedor de 2005 tinha cedido 3’ ao seu rival da equipa Mitusbishi Luc Alphand. Hoje, ‘Peter’ pagou na mesma moeda ao seu compatriota. O detentor do título, tendo certamente ouvido os conselhos de prudência do seu team manager Dominique Seriyes, terminou a especial à frente do seu colega de equipa e assina o 6° melhor tempo da especial, a 4’46 de Peterhansel. Os pilotos Mitsubishi, quainda não ganharam uma etapa no Dakar, arriscam-se a não vencer uma só especial, mas contertar-se-ão com os dois primeiros lugares do pódio junto ao Lago Rosa, a não ser que haja uma reviravolta na situação imprevisível mas provável.
Em contrapartida, Carlos Sainz, tem um objectivo completamente diferente. Prova disso, o seu 4° lugar conseguido no percurso para Tambacounda. O piloto espanhol está a fazer uma corrida tão boa ou melhor do que em 2006. Sainz e o seu Volkswagen Race Touareg passaram a meta apenas 26’’ antes de Peterhansel ao passo que Marc Miller termina em 3° a 2’18. A indecisão em relação ao terceiro posto dissipou-se um bocado nas pistas do Senegal. Jean-Louis Schlesser, acossado or Nasser Al Attiyah, aproveitou os problemas de caixa do seu rival para aumentar a sua vantagem em mais de 7’. Al Attiyah vâ agora o seu quarto lugar ameaçado por Mark Miller, com mais 8’03.
Fonte: dakar.com
19 janeiro 2007
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