13 dezembro 2005

Bernardo "O Africano" Villar na sua 12.ª participação

Quando no próximo dia 31 de Dezembro for levantada a bandeira de partida para o Lisboa-Dakar, o piloto português Bernardo Villar garantirá a sua 12.ª participação na prova mais mediática de todo-o-terreno a caminho da capital do Senegal.
À semelhança dos três últimos anos, o piloto apoiado pela Brisa, Banco Cetelem e Câmara Municipal de Palmela, terá no Nissan Patrol GR, preparado pela Promotech, a “arma” de eleição para enfrentar a dureza do continente africano, contando para isso com José Lucas que, mais que um navegador, é um amigo de longos anos de "aventuras e peripécias", muitos deles passados pelas agruras de África...

Fiabilidade do Nissan Patrol GR é o trunfo para a "operação" Dakar
A fiabilidade, em detrimento da rapidez, será com toda a certeza o trunfo do Nissan Patrol GR que levará Bernardo Villar e José Lucas a ligar as capitais de Portugal e do Senegal. Um total de 15 etapas e um pouco mais de nove mil quilómetros de prova separam a dupla portuguesa de mais um delicado mas aliciante desafio: "Será, como qualquer comum dos mortais, chegar ao Lago Rosa e, em termos desportivos, o objectivo será um pouco ousado, ou seja, ficar entre os 20 primeiros da classificação geral. Naturalmente que não será um resultado fácil de alcançar, mas temos capacidade para o atingir", começou por referir o piloto português.

"Sabemos que carro não é o mais competitivo do Dakar, pelo que a grande aposta passa pela sua fiabilidade. Outra razão na aposta do Nissan Patrol GR da Promotech, também importante, tem a ver com as minhas três participações anteriores, disputadas em carros idênticos, o que me deixa mais à vontade, ou seja, o conhecimento geral da viatura de competição, incluindo obviamente a componente mecânica, o que vai ajudar em grande parte a nossa tarefa, sabendo de antemão das suas capacidades e até onde poderei ir. É um dos carros mais competitivos dentro das minhas possibilidades", sustentou Bernardo Villar.



A escolha da Promotech "foi ponderada. Contudo, foi fácil a sua selecção, pois reúne as melhores condições para um piloto privado. Trata-se de uma estrutura bem organizada em várias frentes e o seu responsável máximo, Danielle Silvestri, preparou-me um Nissan Patrol GR à minha medida, construído sobre um chassis bastante sólido, garantindo desde logo a satisfação e a confiança para alcançar os meus objectivos, sabendo que por trás está uma grande equipa" acrescentou o português.

Pese embora o arranque da prova seja dado em Lisboa, o piloto Bernardo Villar deixou bem vincado de que "quero sair de Portugal com o carro intacto. O mais importante no nosso país é a afinação da viatura, pois é uma excelente oportunidade de testar o carro e tirar algumas ilações quanto à navegação. Não vamos arriscar desnecessariamente mas também não queremos ficar muito para trás. Importante é sair de Portugal com o carro direitinho e chegar à Mauritânia dentro de uma dose de condução que nos permita atingir os objectivos. Penso que é fundamental uma boa gestão até ao dia do descanso".

Relativamente às dificuldades que irá encontrar ao longo das 15 etapas previstas, Bernardo Villar assinalou que apenas pensará no resultado final "depois do dia de descanso. É fundamental saber dosear os nossos ímpetos, mas não deixa de ser importante tirar partido da minha experiência e analisar as etapas com cuidados redobrados. Pretendemos fazer uma prova com um andamento regular e esperar pelas etapas arenosas, em pleno deserto, o meu terreno favorito, para poder atacar a partir daí o melhor resultado possível".

Para Bernardo Villar, a limitação do GPS "vai ser um factor decisivo para influir nos resultados, até pelo simples facto de toda a gente se encontrar em igualdade circunstancial. O papel do navegador vai ser muito importante. A prudência e a calma vão ser dois aliados de peso e um factor determinante no interior da viatura".

"O meu navegador, José Lucas, foi escolhido a dedo para esta "operação". Trata-se de uma pessoa bastante ponderada e que conheço muito bem, para além de ser um conhecedor de África e consciente de tudo o que o rodeia. É fundamental esta união de forças para levar por diante este desafio, até porque a navegação é um dos factores mais importantes para este Dakar, sem descurar, obviamente, da condução", frisou Bernardo Villar.

O traçado da Mauritânia vai ser com toda a certeza muito duro, "sobretudo até ao dia do descanso, procedendo-se de imediato a mais longa etapa, quiçá a mais difícil e complicada que iremos ter pela frente. O Dakar "joga-se" até ao fim e, como temos o propósito de acabar, é preciso ter consciência e muita atenção até à última etapa. Temos de saber enfrentar com maturação todas as etapas e as do Mali e da Guiné são muito perigosas. Por isso vamos apostar numa toada rápida sem cometer excessos para terminar a prova, pois temos capacidade para entrar nos 20 primeiros lugares, o que não deixaria de ser maravilhoso para uma equipa privada como a nossa", prosseguiu o piloto apoiado pela Brisa, Banco Cetelem e Câmara Municipal de Palmela.

A cerca de 20 dias do início da prova, tudo está a postos para Bernardo Villar avançar para sua 12.ª participação no Dakar – oito na qualidade de "motard" e a quarta em viaturas 4x4 –, num ano em que "consegui reunir os apoios necessários para encarar com optimismo esta minha participação, com particular destaque para a Brisa, Banco Cetelem e a Câmara Municipal de Palmela que ajudaram a viabilizar este projecto. Naturalmente que tenho de agradecer a confiança em nós depositada para mais este desafio", sustentou o piloto.


FONTE: infodesporto.pt