31 dezembro 2005

Filme da primeira etapa

Sainz estreia em grande estilo

Para uma primeira participação no Dakar, que início de prova teve Carlos Sainz! O piloto espanhol da Volkswagen conquistou uma impressionante vitória de especial nos 83km na etapa indo de Lisboa a Portimão. Sainz registrou o tempo mais rápido, à frente do português Carlos Sousa. Ansioso por largar nesta 28ª edição do Euromilhões Lisboa-Dakar 2006, o actual campeão de motos Cyril Despres conseguiu o melhor tempo do especial de 83km do dia. A surpresa, no entanto, ficou por conta dos excelentes resultados dos pilotos privados portugueses, com três motociclistas entre os top 10.

Os aficionados portugueses reuniram-se em grande número ao redor do pódio de largada próximo ao Monastério dos Jerônimos, para dar o seu apoio aos primeiros competidores a participar da etapa 1 do Dakar. O primeiro competidor a largar foi o piloto de quad Antonio Ventura (BOM – n°252), sob o olhar interessado do presidente de Portugal, Jorge Sampaio.

Mas a acção de facto teve lugar 186km ao sul no início do primeiro especial cronometrado. Partindo por último por causa de sua camisola número 1, o actual campeão Cyril Despres (KTM – n°1) conseguiu o tempo mais veloz nas pistas lamacentas do especial de 83km, em 58’10”. O francês terminou o seu esforço com um grande sorriso no rosto, capturando sua primeira posição de liderança na classificação geral deste Dakar. O maior rival de Despres não foi exatamente aquele que todos esperavam. Na verdade, o piloto privado português Ruben Faria (KTM – n°160) certamente obteve a performance de sua vida. Largando cedo, o piloto da KTM teve o tempo mais rápido por practicamente toda a manhã, atpe que ‘Monsieur’ Despres apareceu. Ele foi eventualmente vencido por apenas 4”. Seu compatriota Helder Rodrigues (KTM – n°55) viu o seu sonho de subir ao pódio desaparecer quando Marc Coma (KTM – n°2), o melhor piloto da equipa KTM-Repsol, registrou o terceiro tempo mais veloz a 7”. Como Faria, Rodrigues beneficiou-se de seu conhecimento do terreno familiar para terminar em quarto. Nas dez primeiras posições havia 3 pilotos franceses (Despres 1º, Frétigné 6º e Casteu 7º), 3 portugueses (Faria 2º, Rodrigues 4º e Gonçalves 10º), 3 espanhóis (Coma 3º, Esteve 5º e Pellicer 8º) e um australiano (Caldecott 9º). David Frétigné (YAM – n°12), que havia vencido as quatro etapas européias nas duas últimas edições, teve de contentar-se com a 6ª colocação em um especial bem mais longo do que os dos anos anteriores. O ligeiro desapontamento veio do norueguês Pal-Anders Ullevalseter (KTM – n°5), que ficou com a 32ª posição, 6’20" atrás do líder, mas o piloto da Noruega certamente estará mais à vontade em solo africano. Os pilotos americanos da equipa KTM-Red Bull team, Andy Grider (KTM – n°23) e Chris Blais (KTM – n°9), tiveram de contentar-se com o 23º e 31º lugares, acima de 5’ mais lentos do que o tempo mais rápido do dia.

A corrida de automóveis viu um novato triunfar. Em seus primeiros quilómetros no evento, Carlos Sainz (VW – n°307), duplo campeão do mundo no WRC, provou ser tão impressionante em um carro maior de rali-raid. Em pistas lamacentas feitas para especialistas no WRC, Sainz tirou o melhor de seu novíssimo Race Touareg para registrar o tempo mais rápido em 56’20”. Um homem que certamente não se surpreendeu com o sucesso do espanhol foi o português Carlos Sousa (NIS – n°311). Ele já havia anunciado que Sainz seria difícil de derrotar num especial como este. O herói nacional, ao volante de sua pickup Nissan, ficou com um óptimo segundo lugar, mas teria adorado poder agradecer aos seus muitos fãs à beira da estrada com uma vitória. Sousa terminou 1’30” atrás, enquanto outro ex-piloto do WRC, Bruno Saby (VW – n°301) capturou a terceira posição a 1’51”, pouco à frente de Jutta Kleinschmidt (VW – n°303) a 2’24”. A Volkswagen impressionou, com os seus cinco veículos entre os dez primeiros colocados. Os outros dois pilotos da VW, Giniel De Villiers e Mark Miller, foram o 8º e o 10º. Foi um Dakar um pouco diferente para a equipa Mitsubishi. O actual campeão Stéphane Peterhansel (MIT – n°300) parou para trocar um pney furado e terminou 3’46 (na 12ª posição). O mesmo problema afectou Hiroshi Masuoka, que entretanto decidiu continuar a guiar apesar do furo (13º a 4’34). O melhor piloto em uma Pajero foi Nani Roma, 5º (a 3’12”), à frente de Luc Alphand (6º a 3’20”). Uma das melhores performances do dia foi a de Guerlain Chicherit. O vencedor da competição ‘Volant Dakar’ do ano passado, que permitiu-lhe começar o rali em um Bowler, conquistou a 5ª colocação do especial. Foi o melhor resultado de todos os tempos para o jovem francês, agora a guiar uma BMW X3 oficial.

Na corrida de camiões, o quatro vezes campeão Vladimir Tchaguine correu para a vitória da etapa após os 83km do especial. O piloto da Kamaz registrou um tempo de 1h12’59”, derrotando o ex-campeão do mundo do WRC Mili Biasion e seu camião IVECO por mais de 2’. Em terceiro chegou o brasileiro André De Azevedo em seu Tatra, 3’15” atrás. A maior surpresa do dia foi relativa ao actual campeão Firdaus Kabirov, que perdeu cerca de 30’ no dia.


FONTE: Sitio Oficial

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