18 dezembro 2005

Paulo Gonçalves no Dakar

É com um sorriso estampado no rosto e uma enorme ambição que Paulo Gonçalves encara a sua estreia no Dakar 2006. Depois de dar provas do seu virtuosismo no Enduro nacional, sendo um dos nomes sonantes da modalidade com vários títulos já conquistados, o piloto tem agora a oportunidade de realizar um sonho antigo: integrar a caravana de pilotos que enfrentam esta mítica prova de Todo-o-Terreno em duas rodas e que conseguem chegar à capital do Senegal.

Isso mesmo ficou expresso nas palavras de Paulo Gonçalves aquando da apresentação pública em Portugal das equipas apoiadas pela Repsol. Um evento que teve lugar na passada quarta-feira e onde o “Speedy” – como é conhecido no nosso país - expressou ser este o momento mais importante da sua carreira. O piloto da Honda diz-se consciente das dificuldades que irá encontrar em especial no que toca à travessia das intermináveis cordilheiras de dunas da Mauritânia e na necessidade de tirar o melhor partido do GPS.




“Estou plenamente convencido que estou preparado para encarar este desafio, embora reconheça que me falta ‘calo’ em provas desta natureza. Por isso, o objectivo passa por chegar a Dakar e ao Lago Rosa, retribuir a confiança que a Repsol e a Honda depositaram em mim e, acima de tudo, adquirir experiência para que no próximo ano os objectivos possam ser traçados mais altos”, começou por adiantar Paulo Gonçalves.

Numa cerimónia em que esteve presente a equipa oficial da Repsol nas duas neste Lisboa-Dakar, formação com sérias aspirações à vitória na prova e onde militam nomes bem sonantes do motociclismo Mundial, como é o caso de Marc Coma, Giovanni Sala e Carlo de Gavardo, Paulo Gonçalves aproveitou para adiantar um pouco qual será a sua estratégia na abordagem à prova. “Vou aproveitar as etapas cumpridas em Portugal e, em especial, aquelas que sejam realizadas num piso mais duro, para mostrar o meu andamento, sem que com isso coloque em causa o objectivo principal de chegar a Dakar. Sei que terei algumas dificuldades nas etapas de areia e, como tal, terei de dar o máximo nos pisos em que me sinto mais à vontade fruto da experiência do Enduro”, referiu o piloto.

Por outro lado, “as restrições à utilização do GPS e as etapas maratona são dois obstáculos que terei de ultrapassar. No que toca à navegação, além de ser um aspecto onde ainda não estou completamente á vontade, terei de me habituar a conciliar a leitura dos instrumentos e road-book com a pilotagem da moto. Para tal, estou a levar a cabo um programa de treino específico para suportar a dureza que é realizar um Dakar em moto e depois, conto com a experiência do Paulo Marques para me dar umas noções sobre qual a melhor forma para se navegar no deserto”, concluiu o pluri Campeão Nacional de Enduro que este ano competiu na equipa Repsol Honda no competições nacionais, formação cujo director desportivo é Paulo Marques, decano em participações no Dakar


FONTE: Autosport