04 janeiro 2007

Gente que se supera

“Quando acreditas em ti mesmo, na vida como no desporto, não há limites”. A frase é visível na porta do Isuzu de Albert Llovera, que efectua a estreia absoluta no Lisboa-Dakar.

Um caso particular de coragem e capacidade de adaptação às adversidades da vida. É que o andorrano ficou paraplégico em 1985, numa Taça do Mundo de esqui em Sarajevo, um ano após tornar-se no mais jovem atleta olímpico de Inverno de sempre, na mesma cidade.

“Descreve um pouco o que faço e por isso decidi usar aquela frase. Estou numa equipa de gente que gosta de se superar”, afirma, orgulhoso dos seus companheiros Markku Alen (5 vezes vencedor do Rali de Portugal) e Edi Orioli (ganhou o Dakar, em motos, em 88, 90, 94 e 96), agradecendo, ainda, o rol “incrível” de mensagens que recebeu de anónimos portugueses, após o seu exemplo de vida ter sido alvo de um documentário no canal Odisseia.


Após o acidente que lhe tirou a mobilidade, Llovera depressa decidiu que não iria ficar a lamentar-se do azar. Em 1987 já era campeão nacional de quads e em 1989 ganhou a Taça Peugeot de Andorra, mas a sua enorme vontade de superar os próprios limites levou-o, dois anos depois, a saltar para circuitos de velocidade, tornando-se campeão da categoria na Catalunha e em Andorra em 1998. Facto que o torna no único piloto paraplégico do Mundo com títulos.

A oportunidade de se colocar, uma vez mais, à prova no Lisboa-Dakar, surgiu a convite de alguém nas mesmas condições: Clay Regazzoni, falecido em Dezembro num acidente de viação.

“Éramos amigos. Costumávamos participar em provas de resistência, como as 24 Horas de Évora, em 2004 e 2005”, revela, traçando objectivos para a estreia num terreno que desconhece totalmente: “Chegar ao fim e ir ajudando a minha equipa... se eles quiserem esperar uma hora pelo meu auxílio!”, revela com (inesgotável) boa disposição.



Fonte: Record.pt

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