10 janeiro 2007

Os portugueses: O que eles disseram no final da quarta etapa

MOTOS

28º Ruben Faria (Yamaha) em 5h48m13s/ 58º da geral em18h14m07s
"Dei o máximo que podia. A etapa era muito dura e depois do desgaste de ontem, tudo pareceu mais complicado. Mas a realidade é que fui subindo na tabela e continuo em prova. Agora é pensar etapa a etapa e dar o meu melhor"

34º Nuno Mateus (KTM) em 5h57m05s / 38º da geral em 12h48m18s
"Para além de que fiquei sem roadbook, uma situação que se irá prolongar até amanhã, uma vez que esta etapa é maratona. Assim, não posso fazer navegação e tenho que me limitar a seguir os outros concorrentes"

Ricardo Pina (KTM)
"Esta manhã ainda tentei continuar, mas acordei com o pulso muito inchado. Tinha muitas dores e não conseguia sequer segurar a moto. Estou muito triste, esforcei-me ao máximo mas, para mim, a aventura acabou"

AUTOMÓVEIS

2º Carlos Sousa/Andreas Shultz (VW) em 4h07m46s/ 3º da geral em 9h21m31s
"Toda a equipa está muito motivada e confiante. Aumentei a vantagem à geral para o quarto classificado e isso dá-nos mais tranquilidade. Penso que é um resultado muito importante, especialmente porque nesta fase do rali ainda estão todos os principais pilotos em prova e conseguimos perceber qual a nossa performance em relação aos nossos adversários"

43º Miguel Barbosa/Miguel Ramalho (Proto Dessoude) 5h39m46s / 27º da geral em 11h45m29s
"Estava tudo a correr dentro da normalidade. Resolvemos o problema de tracção de ontem e estávamos a impor um ritmo forte mas ao mesmo tempo cauteloso. Desde ontem que percebemos que nos falta rodagem em Marrocos. Estas classificativas são muito traiçoeiras e não nos estávamos a sentir muito à vontade. Acusámos alguma falta de experiência.
Estávamos ao nosso ritmo a recuperar lugares. Estas são especiais muito difíceis no que respeita, também, à navegação. Tivemos alguns pequenos problemas. O mais difícil foi mesmo termos ficado presos naquele buraco, a poucos quilómetros do final. Perdemos cerca de 30 minutos, o que em termos de classificação final representa bastante."

52º Francisco Inocêncio/Paulo Fiuza (Mitsubishi Pajero DiD) em 5h55m24s/ 39º da geral em 12h27m18s
"Ao km 200 partiu-se um tubo de travão e fomos obrigados a parar para reparar a situação. Com o tempo perdido optámos por tentar fazer as dunas sem baixar a pressão dos pneus mas acabámos por atascar. Aí foi mesmo necessário baixar a pressão e prosseguimos sem mais problemas até ao fim numa etapa que era muito dura"

58º Bernardo Villar/ Pedro Gameiro (NISSAN) em 6h10m49s / 134º da geral em 33h05m33s
"Fizemos tudo com grande tranquilidade, já que continua a ser imperioso garantir que o carro está em perfeitas condições mecânicas para aguentar o ritmo até à África negra. Não passámos por nenhum sobressalto e a navegação do Pedro foi exemplar, conseguindo por isso mais uma boa posição à chegada a Quarzazate. Hoje já apanhámos areia e passámos sem dificuldades pelas primeiras dunas, pelo que mantenho a confiança para as etapas seguintes. Vemo-nos em Tan-Tan…"

71º Nuno Inocêncio/Jaime Santos (Mitsubishi Pajero DiD) 6h25m11s / 123º da geral em 24h51m17s
"Tivemos pouca sorte já que quando fomos obrigados a parar na zona das dunas veio um buggy que bateu contra o nosso carro. O toque fez com que a chapa do carro ficasse a roçar com a roda e perdemos quase uma hora a reparar essa situação"

75º Rodrigo Amaral/ Duarte Amaral (BOWLER) em 06:33:18 /60º da geral em 13h35m57s
"Andamos certinhos até ao quilómetro 90, quando o motor começou a engasgar. Ficamos parados cerca de 45 minutos, porque tivemos de mudar o filtro do gasóleo. Isso fez-nos perder algumas posições, mas daí para a frente retomamos o ritmo e os lugares entretanto perdidos para os mais directos adversários. Mantivemos um andamento forte e consistente, sem encontrarmos problemas, até encontrarmos as dunas. Aí, baixamos a pressão dos pneus e conseguimos recuperar ainda mais algumas posições."

86º Madalena Antas/ Patrick Antoniolli (NISSAN) em 7h22m05s / 109º da geral em 20h37m42s
"O carro está muito mais competitivo e a prova disso é a forma segura com que fizemos os primeiros quilómetros. Só que com o completar da etapa começaram a acontecer muitas “perdidas” que já verifiquei, foram comuns mesmo aos mais rápidos. A navegação era muito importante nesta etapa e o Patrick teve algumas hesitações que não ajudaram, mas ainda assim o balanço é positivo. Passámos nas dunas, cumprindo o percurso traçado e o Nissan Pathfinder esteve quase perfeito. Perdemos tempo no topo de uma duna, mas depois tudo continuou sem problemas até ao final… E ainda falta a pior parte deste Dakar…"

89º Ricardo Leal dos Santos (Mitsubishi Pajero DiD) em 7h30m03s / 68º da geral em 14h13m52s
"O início da especial correu com normalidade apesar de ter parado por três vezes para acertar a pressão dos pneus. A certa altura comecei a sentir que o carro estava em esforço, sem razão aparente e com mais dificuldade do que era normal para ultrapassar a zona das dunas. A certa altura, para me desviar de uma moto, acabei mesmo por atascar. Parei e percebi que dois parafusos da placa que protege o fundo do carro se tinham evaporado e que, por aí, tinham entrado quilos do pó fino do fesh fesh, que solidificaram, formando uma pedra dura. Parecia que lhe tinha crescido uma barriga por baixo e era isso que impedia o carro de progredir. Foi o cabo dos trabalhos para conseguir tirar de lá o suficiente para poder prosseguir."

120º Lino Carapeta/Ricardo Cortiçadas (Bowler Wildcat) em 10h13m19s / 90º da geral em 17h07m27s
"Estávamos a andar bem, se calhar bem demais, quando ao km 70 se arrebentou um amortecedor. O pior aconteceu ao km100 com a quebra de uma transmissão quando faltava passar tudo o que eram dunas. Ainda pensámos seguir directamente para o final após o CP1 mas, em Marrocos, isso dá desclassificação. A partir daí foi o calvário. Parámos mais de 500 vezes. Só faltou pegar no carro ao colo e vir a pé. No meio do azar tivemos a alegria de completar a etapa dentro do tempo limite, o que nos safou de forte penalização. Agora há que ter calma e tentar a recuperação mas não a todo o custo."

134º Mário Ferreira/ José Carlos Sousa (TOYOTA) em 11h32m58s / 125 da geral em 25h34m53s
"Estávamos a tentar sair de um atascanço, devidamente sinalizado, quando surge o camião que nos empurrou para o fundo do buraco, limpando-nos o lado direito do Toyota, a frente do pára choques e o retrovisor. Para cúmulo, não tiveram, sequer, a preocupação de ver se precisávamos de ajuda, se alguém se tinha magoado, ou mesmo, ajudar-nos a sair da situação que eles tinham provocado. Isto é indesculpável e antidesportivo. Vamos apresentar queixa!"

Adélio Machado/ Jean Louis Dronne (TOYOTA)
"Demos um salto muito violento e o Toyota aterrou de uma forma muito brusca. O Jean-Louis não estava a contar com o embate e acabou por ser apanhado desprevenido. A sua coluna vertebral ressentiu-se, chegando a ter momentos de paralisação. Achei por bem accionar os instrumentos de emergência e a organização respondeu prontamente, evacuando o meu navegador de helicóptero. Foi dramático! Temo pelo seu estado de saúde."

CAMIÕES

35º Elisabete Jacinto/ Álvaro Velhinho/ Rui Porelo (MAN) em 08:25:41/ 33º da Geral em 16:09:47
"Esta era uma etapa de se lhe tirar o chapéu. Dunas e mais dunas. Muito fesh-fesh e ainda muito pó porque foram muitos os camiões e carros que tive de ultrapassar. Apesar disso correu tudo bem, o nosso camião MAN é super colaborante, faz tudo o que eu lhe peço. Nas dunas é uma simpatia. É sempre andar e a passar por gente atascada. No mau piso ainda me obriga a abrandar um pouco, para não massacrar a suspensão, mas deu para cumprir à risca os nossos objectivos, de chegar ao final da etapa sem me poder lamentar de outras dificuldades que as da própria natureza do percurso. Já me sinto outra. Ontem estava mesmo muito desanimada e furiosa. Amanhã regressamos à montanha mas o deserto, que é a parte que eu mais gosto está quase aí."


Fonte: infordesporto.pt

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